MANIFESTO DOS
LÍDERES DAS IGREJAS EVANGÉLICAS HISTÓRICAS
Ai dos que decretam
leis injustas, dos que escrevem leis de opressão, para negarem
justiça aos
pobres, para
arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo, a fim de despojarem as
viúvas e
roubarem os órfãos! (Isaías 10.1-2)
Os líderes e
representantes das igrejas evangélicas históricas abaixo nominadas,
diante da sua responsabilidade de anunciar e viver as demandas éticas
que a fé cristã lhes impõe, deparando com o atual momento da
política brasileira e as recentes decisões do Legislativo ao
analisar as propostas de combate à Corrupção, publicam o presente
MANIFESTO:
1) O Projeto de Lei
com a proposta de Dez Medidas contra a corrupção recebeu
considerável apoio de cerca de 2,4 milhões de cidadãos brasileiros
que se sentem cansados pela cultura de corrupção,
principalmente na
esfera política;
2) As Dez Medidas
propostas, embora mereçam reparos e adequações pelo Legislativo,
representam o anseio por um país mais justo e sem impunidade;
3) A Operação Lava
Jato, apesar de alguns equívocos cometidos, bem como da
“espetacularização” de algumas ações, tem tido, no seu todo,
um empenho considerável no enquadramento legal de
poderosos envolvidos
em milionários esquemas de corrupção, os quais lesaram empresas e
interesses públicos e sempre se julgaram acima da lei;
4) A Operação Lava
Jato, a fim de preservar sua legitimidade e garantir sua efetividade,
precisa de
condições
jurídicas e institucionais para continuar o seu trabalho,
enquadrando corruptos de todos os partidos e tendências, sem nenhuma
distinção;
5) A Câmara dos
Deputados aprovou inicialmente o projeto das Dez Medidas, mas
posteriormente fez alterações substanciais, desfigurando o projeto
ao introduzir elementos totalmente alheios ao espírito da proposta
original;
6) O presidente do
Senado Federal, ao tentar aprovar o Projeto de Lei desfigurado pela
Câmara
apressada e
estrategicamente, evidenciou interesses escusos contra uma legislação
mais rígida no
combate à
corrupção;
7) A aprovação de
leis visando a correção de desvios no Judiciário e Ministério
Público, incluindo as enormes discrepâncias salariais, precisa ser
tratada de modo específico e não como retaliação ou
intimidação.
CONCLAMAMOS:
a) Os cidadãos
brasileiros para que acompanhem atentamente o posicionamento dos seus
representantes e cobrem o esclarecimento de sua postura em todo esse
processo. Um país mais justo se faz e se constrói não apenas com
leis mais justas, mas também com atitudes participativas dos seus
cidadãos. A omissão e a passividade são o ventre onde políticos e
cidadãos corruptos vicejam. Nesse sentido, é oportuna a expressão:
“O preço da liberdade é a eterna vigilância”.
b) O povo
brasileiro, mormente os cristãos evangélicos, a se manifestar por
todos os meios, exercendo o seu direito e protestando conscientemente
contra todas as formas de manipulação e tentativa de deixar as
coisas no presente estado.
c) Os poderes
constituídos em nosso país, particularmente o Legislativo e o
Executivo da República, para que tomem consciência de que a
população brasileira cansou de ver traída sua expectativa de que
se legisle e se governe para que a dignidade humana seja respeitada e
promovida.
Clique aqui para acessar o documento original publicado no site da IELB.
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