Caros irmãos e irmãs!
O que pensar de tantas catástrofes?
O que pensar da pouca comoção no Brasil em relação a 400 mortes humanas e incontáveis prejuízos a outros milhares de seres humanos, sem contar a mortandade de milhões de seres vivos aquáticos, e, sei lá, extinção de alguma espécie regional de peixes e outros animais aquáticos.
A Bacia do Rio Doce não será mais a mesma para a nossa geração! Como poderemos garantir vida às pessoas afetadas pela falta de água para viver? Como vamos participar do processo para restituir o mínimo de dignidade aos que perderam tudo, inclusive o endereço, pois seu local de vida não é mais o mesmo, ou mesmo deixou de existir.
Parabéns aos pastores e congregações que já estão agindo. Contem com o apoio da igreja do país, também através do Fundo de Resposta a Desastres. Planejem ações e apresentem para que possamos ajudar.
Será preciso participar, no micro, abraçando a vida de pessoas. Abraçando e transformando o mundo de alguém. Cada qual precisa ver o que pode fazer e onde pode agir.
No âmbito local, participando da ação do governo local para que haja ação rápida, coordenada e justa; Defendendo o direito das pessoas que estão sofrendo. Para que os mais fracos não fiquem de fora nem sejam esquecidos pelas ações de socorro.
No âmbito regional e macro, pela reconstrução do dano ao patrimônio de pessoas de diferentes classes sociais, de famílias, cidades e os danos florestais. Mas também por um uso responsável dos recursos naturais, que respeitem a criação de Deus e a vida humana e de todas as espécies vivas. Certamente, em muitos momentos e também este que vivemos, diante da ganância por lucros e um desenvolvimento fatídico, se a igreja se calar, não haverá quem defenda a vida e o ser humano.
Não tenho solução, nem resposta, mas tenho convicção de que Deus nos quer agindo.
Vamos vestir o verde e amarelo do Brasil, e o branco do manto da justiça de Cristo, e como cidadãos e cidadãs do Reino de Deus e de nossa pátria, cair em campo, orando, agindo, articulando ações, enfrentando barreiras, combatendo a corrupção e os desvios, proclamando com Palavras e Atitudes, que há Vida em Jesus Cristo.
São importantes a ação voluntária, a atuação em conjunto e o testemunho da fé em Jesus Cristo. Todos precisam ouvir que há Deus e que ele não abandonou a sua criação.
De longe podemos orar por vítimas e pelos trabalhadores que estão atuando para amenizar os efeitos, podemos ofertar. Podemos coordenar campanas. Podemos fazer diferença...
Cada um que estivesse no meu lugar escrevendo, daria diferentes ênfases. A verdade é que as necessidades são muito, muito amplas. E cada qual, em seu local, busque agir, sob a orientação de Deus. Lembrando através do Evangelho de Marcos 13, que isto ainda não é o fim: "digam o que Deus lhes der para dizer... as palavras virão do Espírito Santo" (v11).
Em Cristo!
Rev. Airton S. Schroeder - Vice-Presidente de Ação Social da Igreja Evangélica Luterana do Brasil
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