Jó 4:17-19; 15:14-16
Será que alguém pode ser correto diante de Deus? Será que alguém pode ser puro aos olhos do seu Criador? Deus não confia nem nos seus servidores celestiais e até nos seus anjos ele encontra defeitos. Então você pensa que ele vai confiar nos seres humanos, que são feitos de barro, que foram criados do pó e que podem ser esmagados como uma traça?
“Será que alguém pode ser puro? Poderá alguma pessoa ser correta diante de Deus? Se Deus não confia nos anjos, e se nem o céu é puro aos seus olhos, que diremos do ser humano, imundo e nojento, que bebe o pecado como se fosse água?
A natureza enganosa do pecado
Jonathan Edwards, teólogo inglês do século XVIII, alertava para a “natureza enganosa do pecado”. O pecado nos engana facilmente porque “tem um efeito espiritual de cegueira”: “Quanto mais ele prevalece, mais ele obscurece e ilude a mente. Ele nos cega para a realidade que está no nosso próprio coração”. Quando o pecado influencia nossas preferências, ele parece agradável e bom – e somos inclinados a pensar que tudo o que é agradável está certo. E assim nos tornamos indiferentes ao pecado, achando que tudo está certo, que não dá nada de errado.
Portanto, quando as pessoas não estão conscientes do seu pecado, fica muito mais difícil fazê-las enxergar o erro, pois “o mesmo desejo maligno que as levou ao pecado, as cegará.” Quanto mais prevalece os desejos impuros no homem, mais doce e agradável o pecado lhe parecerá, e mais ele tenderá a pensar que não tem nenhum mal nisso. Quanto mais prevalecem, mais cegam a mente e influenciam o julgamento que as aprova.
Por isso as pessoas sempre arranjam desculpas para justificar o seu pecado. Quanto mais o sujeito odeia o seu vizinho, mais ele tende a pensar que tem razões para odiá-lo, que não é seu dever amá-lo. Semelhantemente, quanto mais uma pessoa deseja coisas materiais, vai dizer para si mesmo que não pode viver sem certas coisas e que, sendo assim, não é pecado desejá-las; e os apetites pecaminosos do coração podem assim ser justificados. Há sempre uma desculpa.
As pessoas também costumam disfarçar suas tendências pecaminosas com nomes bonitos. Elas as transformam em virtudes, ou, no mínimo, em tendências inocentes. Rotulam a avareza de "prudência", ou então chamam a ganância de "negócio inteligente". Quando se alegram com a desgraça do próximo, fingem que é porque esperam que seja “para o bem dele”. Se entram numa discussão, dizem ter uma consciência obstinada, e consideram sua discórdia uma questão de princípios. E assim disfarçam a maldade com nomes bonitos.
As pessoas estão tão acostumados a inventar desculpas para as práticas do pecado, que quando a consciência pesa, torturam a mente procurando argumentos para se convencer de que não fez nada de errado. Não podemos confiar em nosso coração nesta questão. Provérbios 28.26 diz: "Quem confia em si mesmo é tolo, mas quem segue os ensinamentos dos sábios terá segurança."; "Se você pensa que tudo o que faz é certo, lembre que o SENHOR julga as suas intenções." (Pv 21.2).
O problema não é a falta da luz da verdade Deus, que brilha suficientemente ao nosso redor; a falha está nos nossos olhos, vendados pelo efeito do pecado. Por isso, conforme Hebreus 3:12-13, “Meus irmãos, cuidado para que nenhum de vocês tenha um coração tão mau e descrente, que o leve a se afastar do Deus vivo. Pelo contrário, enquanto esse “hoje” de que falam as Escrituras Sagradas se aplicar a nós, animem uns aos outros, a fim de que nenhum de vocês se deixe enganar pelo pecado, nem endureça o seu coração.”
Por isso devemos interrogar nosso coração cuidadosamente, orientados pela Palavra de Deus – a Bíblia – e confessar os nossos pecados a Deus, confiantes no perdão mediante Cristo Jesus. Pois “Jesus Cristo ofereceu só um sacrifício para tirar pecados, uma oferta que vale para sempre, e depois sentou-se do lado direito de Deus.(...) Assim, com um sacrifício só, ele aperfeiçoou para sempre os que são purificados do pecado. (…) Portanto, cheguemos perto de Deus com um coração sincero e uma fé firme, com a consciência limpa das nossas culpas e com o corpo lavado com água pura. Guardemos firmemente a esperança da fé que professamos, pois podemos confiar que Deus cumprirá as suas promessas. Pensemos uns nos outros a fim de ajudarmos todos a terem mais amor e a fazerem o bem. (Hb 10:12,14, 22-24)
Se o ser humano bebe do pecado como se fosse água, devemos mudar de fonte e procurar a fonte de água viva: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Como dizem as Escrituras Sagradas: 'Rios de água viva vão jorrar do coração de quem crê em mim'.” (João 7:37-38)
Nenhum comentário:
Postar um comentário